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Na mota para Portugal

“Nem imaginas como eu sinto-me quando estou na minha mota”, diz a Vera quando nos despedimos. “Isto não pode ser explicado por palavras, apenas em música.” A sua moto está agora amarrada a um reboque atrás da carrinha de um amigo.

Ela veio da Holanda para Portugal numa mota

Não é uma conquista pequena, diria eu. “Não tem nada a ver com conquistas”, diz ela, “trata-se de balançar nas curvas, dançar, flutuar… a sensação definitiva de liberdade”. Não sou assim tão corajosa, embora adorasse andar na garupa da moto com o meu primeiro namorado. Achei incrivelmente giro e muito especial que os motociclistas se cumprimentassem.

Dá uma atmosfera especial àquela coisa da mota.

A Vera está agora a voltar para casa de autocarro porque é Inverno. Ainda não estou aqui, mas quanto mais alto se sobe, pior fica. Ficar encharcado de chuva e frio não é o ideal de ninguém, por isso a sua mota vai ficar na garagem durante algum tempo.

Isto foi diferente com o nosso Vizinho Dentista! Um tipo muito duro, aparentemente, porque vinha sempre de mota ao trabalho. “Um bom fato é metade do segredo” dizia sempre, quando desmaiávamos de admiração quando conduzia calmamente entre as gotas de chuva no seu couraçado. (Era uma mota nova, grande, boa e cara, provavelmente comprada com muitas cavidades…)

Havia mais gente que veio aqui de mota. Um voluntário belga, também com um couraçado, com fato e tudo, que precisava de uma pausa no seu casamento. Mas só o descobri mais tarde, quando, após três semanas de fantástico trabalho aqui, ele desapareceu subitamente numa bela noite.

“Tenho de ir para casa”, disse ele brevemente, mas gentilmente, “tenho mesmo de ir para casa agora. Au revoir.” Colocou o capacete e conduziu elegantemente a curva. No dia seguinte chegou um postal que dizia: “Gosto tanto de ti, por favor, volta para casa e vê a tua mulher”. Ele sentiu isso, claro, mas entretanto não nos disse uma palavra sobre o assunto! Ah, aqueles homens…

Há alguns anos, tivemos até um hóspede inesperado numa Harley Davidson

O Bert tirou alguns meses de férias porque queria manter aquela sensação definitiva de liberdade durante o maior tempo possível. E também precisava de tempo para pensar nos recentes acontecimentos da sua vida. “Alguém muito próximo de mim enganou-me muito”, disse ele, “e de moto pode-se arejar a cabeça. Vou para aqui “depois vou para a direita. Ótimo, aquela sensação de liberdade!”

Pude tirar uma foto minha na Harley dele, porreiro.

Houve até alguém que achou que era meu, e que eu também era motociclista. Mas não, infelizmente não tenho carta de condução.

Pode ser uma boa ideia arranjar um, porque estas histórias de motociclistas são muito atraentes!

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Nos mudámos em 2000 de Roterdão, Holanda para Termas-da-Azenha, Portugal. Uma mudança significante, especialmente com duas crianças pequenas. Estamos ocupados para reconstruir uma das heranças culturais portuguesas: Termas-da-Azenha, um antigo spa que foi transformado em várias casas de férias, quartos de hóspedes e dois terrenos para acampar, com muitas coisas divertidas para fazer.

Sala de convívio com jogos como pingpong, matraquilhos e bilhar, e uma coisa única no mundo: o Camarim.

Vai encontrar mosaicos e pinturas em todos os lugares.

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