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Quatro presidentes visitando

O presidente da Vinha da Rainha está no cimo das escadas: “Bom dia, dona Helena” e faz-me um caloroso aperto de mão. É assim que se chama em português o presidente da autarquia. O burgomestre da Junta. E traduzido, eu sou a dona Helena.

Anuncia a chegada de outros quatro presidentes

Na próxima sexta-feira – quando ler isto: há dois dias – estarão de visita para um passeio pelos locais interessantes dos seus respectivos fregueisias: Vinha da Rainha, Samuel, Louriçal e Paião. Trabalharão juntos para promover o Vale do Pranto. Internacionalmente, até.

Serão acompanhados por um fotógrafo oficial, para tirarem fotos preliminares. “Ah, felizmente fotos preliminares…” digo, e o senhor Evaristo junta-se: “Simsim, é para termos uma ideia, para podermos fazer uma apresentação interna.” Continuo: “Porque esta não é a melhor altura do ano. No Inverno, estamos ocupados sobretudo com a manutenção e na próxima sexta-feira vai chover.”

Uma pena, porque agora estamos a falar sob um sol brilhante

Enfim, quatro presidentes, tenho de fazer alguma coisa por isto! Passar o aspirador e esfregar um pouco aqui e ali, mas pronto, isso não precisa de demorar tanto tempo. Também tenho de ir a casa da minha amiga Paula buscar as suas rosas. A Paula vive numa casa grande da sua família perto de Tentugal e tem um belo jardim e mãos verdes.

Se a isto juntar a sua arte, terá um conto de fadas de um jardim e de uma casa. “Olha, aqui tenho plantas da selva”, diz Paula durante o passeio – faço sempre um tour para ver as novidades que ela fez – e aponta para algumas suculentas diferentes penduradas num pedaço de sobreiro numa árvore. “Aquela ali já está a fazer flores, estás a ver?”

Adora suculentas e plantas com flores, mas aquelas rosas são demais para ela agora. “A mãe e as tias dela plantaram-nas há vinte anos, mas estão no meu caminho. Os netos e eu queremos um campo de badminton aqui. Mas caberiam no seu carro? Já estão grandes, e eu não queria podá-las muito, porque se as transplantar assim, vão produzir muitas rosas. Já têm rebentos, viu?”

Oiço atentamente todos os conselhos, porque temos mosaicos em comum, mas não temos jeito para a jardinagem.

Na sexta-feira está mesmo a chover. Nada mau para as rosas, que estão à espera de serem transplantadas, mas é mau para a apresentação para os quatro presidentes. Mas não é assim tão mau. O salão do balneário, a nossa sala de estar no Inverno, é limpa e bem iluminada, e é popular com os presidentes da Junta e, certamente, com o fotógrafo.

Sou recebida com o respeito que uma senhora idosa como eu merece, com dois beijos na cara. (Vi isto há 25 anos quando o agente imobiliário, com quem estava a aprender, cumprimentou assim a idosa dona da casa. Uma senhora que ela nunca tinha visto antes. É cortesia portuguesa, uma demonstração de respeito. Óptimo hábito, bom exemplo. E uma forma simpática de uma velha beijar um homem(er) mais novo(a) de vez em quando…)

“Não costumava haver aqui uma piscina?” o fotógrafo pergunta, mas não, nunca houve. “A água cura doenças de pele”, digo eu, “e as pessoas com manchas e caroços não querem usar um banho comunitário, preferem tê-lo num local privado. É por isso que fizeram todas estas cabines.”

Apesar da chuva, mostrei-lhes todos os mosaicos que estavam lá fora e eles gostaram muito. “A Dona Helena é uma verdadeira artista! Investiu muitas horas nisso, certo? Posso tirar algumas fotografias realmente bonitas e especiais disto em Março e Abril”, diz o fotógrafo com prazer. Até lá, as rosas transplantadas já estarão provavelmente habituadas ao novo lar e mostrarão toda a sua beleza florida.

Assim teremos flores de mosaico e flores verdadeiras juntas.

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Nos mudámos em 2000 de Roterdão, Holanda para Termas-da-Azenha, Portugal. Uma mudança significante, especialmente com duas crianças pequenas. Estamos ocupados para reconstruir uma das heranças culturais portuguesas: Termas-da-Azenha, um antigo spa que foi transformado em várias casas de férias, quartos de hóspedes e dois terrenos para acampar, com muitas coisas divertidas para fazer.

Sala de convívio com jogos como pingpong, matraquilhos e bilhar, e uma coisa única no mundo: o Camarim.

Vai encontrar mosaicos e pinturas em todos os lugares.

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