No concelho de Soure conheço três locais onde se pode desfazer dos seus desperdícios, resíduos, entulho, lixo. Isto foi acompanhado por um subsídio europeu substancial e foi especialmente concebido no estirador, e funciona.
Pode deixar todo o seu desperdicio lá
Ótima iniciativa. Antes, as alternativas eram: deixá-lo no barracão atrás da sua casa até que as bactérias e os ratos o comam (e isto pode demorar um pouco) ou atirá-lo para algum lugar da floresta. Se não tem um sítio para armazenar, a sua única opção.
Faz-se um belo passeio com o cão, aproveitando a paz e o sossego e o canto dos pássaros na floresta, e depois encontra um frigorífico enferrujado. Ou depara-se com meia casa em pedaços. Ou bens domésticos.
Muito menos divertido para a sua experiência com a natureza e também não é bom para a floresta. A autarquia de Soure queria uma solução para isso, e convenceu Bruxelas a investir mais de 800.000 euros nisso. Se é um engenheiro sentado atrás do seu computador, provavelmente está muito orgulhoso de ter criado essa solução. Uma área cercada onde pode circular – entrando por um portão, saindo pelo outro – onde um funcionário está presente para garantir que tudo corre bem, que está realmente a colocar as suas coisas nos contentores certos.
Oitocentos mil é bastante para uma pequena estrada de asfalto, um caixote para vidro, um caixote para papel, um caixote para plástico, um caixote para candeeiro, um caixote para roupa, um contentor grande, um barracão de OSB com porta que pode ser trancada (Penso: para um supervisor = emprego!) e uma cerca à volta. Ok, oitocentos mil talvez para as três instalações. Juntamente com os “custos de desenvolvimento” é uma quantia razoável.
É preciso manter-se realista. Ninguém trabalha à toa.
Agora foi um sucesso, e foi também isso que fez com que fracassasse. Despejaram mobiliários inteiros de avós falecidas, o conteúdo de garagens redundantes por causa da concorrência, o lixo de uma casa recém-rebocada e pintada, dos escombros de uma remodelação e muitos colchões velhos. Demasiada coisa para o Município processar, por isso estava sempre cheio.
Isso é ótimo, pode dizer-se, pelo menos este desperdício não está na floresta
Venha limpar mais umas quantas vezes, Município!
Mas o Município não achou isso ótimo. De qualquer forma, ninguém acabou naquele barracão do OSB, por isso, sem empregado, sem supervisão, e sem autoridade – toda a gente sabe disso – “eles” simplesmente fazem o que querem. Depois é só deitar fora aquela mala velha com todos os vestidos da avó e a máquina de café avariada que comprou no AliExpress há dois meses.
Não foi essa a intenção, cidadãos! Estes vestidos deveriam ir no caixote da roupa, e aquela cafeteira partida no caixote dos eletrodomésticos avariados, traduzido livremente: todos aqueles aparelhos que se usam uma ou duas vezes por ano (ou na vida) na cozinha ou na casa de banho com um ficha nele.
O nosso sub-município – a Junta de Freguesia de Vinha da Rainha – fartou-se e tomou medidas.
Agora, nos meus passeios, passo regularmente por aquele que fica atrás do cemitério em direcção à pastelaria da Vinha da Rainha. Como encontrei lá algumas coisas giras quando trouxe entulho e lixo, às vezes ando para ver se há algo interessante. Um armário antigo com madeira lindamente trabalhada, um super estrado de cama novo, um candeeiro lindo… este candeeiro foi colocado com muita delicadeza em cima de uma pilha de lixo (“Leva-me contigo, por favor!”) e eu realmente não conseguia sair dali sem ele.
Da última vez, porém, deparei-me com uma vedação, com um cartaz que dizia que primeiro é preciso marcar com a Junta. O que qualquer pessoa com bom senso poderia ter dito imediatamente, mas o que as autoridades aparentemente ignoram sempre: isto não funcionou. O resultado desta ação oficial foi que todos deitavam o lixo por cima da vedação, ou deixavam-no junto ao local.
Pronto, pelo menos não na floresta….
Felizmente, a Junta recuperou rapidamente o juízo. O contentor está novamente acessível, a cerca está agora perto dele, pelo que já não pode deitar nada fora junto às instalações.
Ainda não há supervisor na barracão da OSB… qual era a intenção original. Talvez ainda valha a pena considerar? Município? Junta?
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Nos mudámos em 2000 de Roterdão, Holanda para Termas-da-Azenha, Portugal. Uma mudança significante, especialmente com duas crianças pequenas. Estamos ocupados para reconstruir uma das heranças culturais portuguesas: Termas-da-Azenha, um antigo spa que foi transformado em várias casas de férias, quartos de hóspedes e dois terrenos para acampar, com muitas coisas divertidas para fazer.
Sala de convívio com jogos como pingpong, matraquilhos e bilhar, e uma coisa única no mundo: o Camarim.
Vai encontrar mosaicos e pinturas em todos os lugares.
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