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Uma surpresa familiar

 

“Vamos Korstiaan!” o Leonardo grita, “liga a carrinha!”

“Calma, sim, vamos”, diz o meu irmão Korstiaan, ele começa a andar para as escadas, “vamos numa missão secreta. Byebye, vamos sair algumas horas.”

A minha familia está cá. Irmãs, irmão e cunhado. E com ele por ter conversas como estas:

“Bom trabalho lá na casa de banho, mas como vais montar o W.C.? A sanita ainda não está montada.”

“Não, ainda tenho que fazer isso, primeiro quero fazer uma prancha para pôr coisas, atrás a sanita.”

“Ah sim. Útil. Mas no autoclismo está a pingar água.”

“Sim, sei, o autoclismo está à pingar. Não sei como. Tem uma torneira nova, mangueira nova e é um autoclismo novo …”

“Água fininha, provavelmente” o Leonardo diz e durante os próximos dez minutos ele põe fita na torneira. E depois toda a água fica lá dentro.

A minha família está ca

Pelo menos uma parte da minha família, como tenho uma família bastante grande. Sou a mais jovem de 8. Ser a mais nova é uma posição grandiosa, que eu recomendo a todos.

“Eu fui dada por deus, nem todos podem dizer isso.”  digo de vez em quando à brincar, como os nossos pais eram cristãos. Mas nós já não somos, apesar dos nossos pais tentarem.

Eles provavelmente olham para nós desapontados, mas pelo menos nos últimos anos eles estão mão em mão com lágrimas nos olhos, como há muitas coisas belas à acontecer na família.

Eles vieram todos, na década passada, em vários grupos. Com filhos e netos, sozinhos, com filhas, com amigos, primos(as), sobrinhos(as) com as suas famílias – you name it e já aconteceu.

Uma irmã já faleceu, uma não quer mais contato com ninguém. Acontece nas melhores famílias. A mais velha ficou em casa esta vez, como ela acabou de voltar da Grécia com o marido. Por isso só somos seis, quatro irmãs, um irmão e um cunhado.

O único voluntário que agora temos às vezes fica perplexo connosco

“A invasão do Roterdão”, ele diz de vez em quando. Ele ri-se quando a minha irmã deixa cair algo e diz: “Ah! Que pena! Mas pelo menos as peças ainda estão inteiras!”

E eu acho muito engraçado quando ele descreve o sua experiência à podar uma figueira como “… os meus músculos começaram a cantar A Portuguesa …”,  para indicar que ele acabou por hoje.

Eles estão cá duas semanas e estão em casa

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Todos fazem a sua coisa com o pequeno-almoço, mas eles todos andam falandocom toda a gente os voluntários, os hóspedes e uns com os outros … eles mandaram-me fora da cozinha porque: “Nós cozinhamos daqui a duas semanas, podes fazer o que queres mas hoje comemos frango. Só para saberes. E nós fazemos as compras, por isso fora. Vai cortar relva ou coisa assim.”

Sendo a mais nova aprendi obedecer às minhas irmãs

Pelo menos neste caso.

Ontem a campainha toca as 5 significando tempo para uma bebida. Aqueles que não tomam uma bebida têm chá, os outros dizem: “São 5 horas. Tempo para um copo!”

Eu quero beber algo quando a minha irmã dá-me o seu telemóvel e diz: “Olha, isso é um fogão bonito, não é?”

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Eu aceno que sim, é um fogão bonito. Seria ideal para substituir o meu, como o forno avariou. E isso é muito chato, porque sem forno já não podes fazer muito.

Sim, podes cozer, fritar e assar, mas já não consegues fazer qualquer prato de forno … pizza … lasagna …. frango no forno.

 

Depois ela dá-me um A4.Huh?

“De nós todos” diz no papel, por isso também das duas que estão em Roterdão. Por baixo está o cabeçalho de uma revista: “Irmão e irmãs: completamente diferentes. Mas mesmo assim o que farias sem eles.”

Eu olho à minha volta, confusa, para todas essas caras à sorrir. Se eu quero ir com eles: “Anda cá!”

Eles tiram dois pacotes da carrinha, um maior que o outro. Um fogão, em inox, com espaço para quatro panelas grandes, e tem forno. E um aspirador vermelho, por avariou também.

Se todos tinha uma família assim, não precisamos ter segurança social!